quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O INFINITO

Ontem à tarde liguei para minha mãe chorando. Bem, digamos com um belíssimo eufemismo que eu tenho um grau de sensibilidade um tanto elevado. Chorar é bom pra mim porque me coloca no eixo, me equilibra porque eu exalo aquilo que me desconforta. Ela me ajudou, me deu chão, e ficou de ligar depois para ver como eu estava. Quando ela ligou mais tarde, à noite, eu já estava bem mais tranquila. E ela me disse para olhar o meu e-mail. Quem me conhece sabe que eu sou inquieta e curiosa. Começou a falar, agora termine, oras. Ela me contou que foi almoçar com as amigas e quando ela se despediu: "Então tá, gente, é melhor eu ir embora, tá tarde, bla bla bla..." ela ouviu uma belíssima resposta: "Você não vai a lugar nenhum, não antes da gente fazer a nossa tattoo!"
Eu senti o meu queixo cair. "SÉRIO???"
"Sério?????"
"Sério???????????"
Era sério.
"Sério!"
Vieram as perguntas clássicas: "fez aonde?" "O que é?" "Doeu?"
Minha mãe fez uma tatuagem. "Pára! Shut up!" Adorei a notícia! Elas tatuaram o infinito. Uma amizade infinita, inabalável, imperecível pelo tempo ou a distância. Hoje abri o e-mail e vi as fotos. Estão ótimas, minha mãe estampa um sorriso que eu não via há muito tempo, elas sofreram com a tatuagem de dois centímetros, mas estão todas muito felizes. Brinquei com minha mãe, "Tia Cristina vai falar muito de você" e ela: "Ela me perguntou quantos anos eu tinha..." Achei ótimo. Não sei exatamente quantos anos minha mãe tem, mas não importa, minha mãe é infinita. Essa tatuagem me diz muito mais do que amizade. Enquanto o belíssimo oito deitado denota a eternidade, percebo que essa mulher que é tão maravilhosa, que eu amo tanto, é infinita em mim. E com certeza essas mulheres que se admiram e se gostam tanto são como ela. Porque o sentido da vida é amor. E isso é tão óbvio e às vezes tão facilmente esquecido, desejar o bem ao outro, amar não importa o tempo que passe, não importa a distância que se esteja. Amar infinitamente. Por que a vida finda rápido.