quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pensamentos Recentes

Hoje vi uma mulher com dois peitos. Ora, mas é claro que eram dois! Quando voce diz a alguém que viu peitos, a pergunta que se faz é "Onde?" e nao "Quantos?"...
Mas digo que ela tinha dois devido à enorme diferença de tamanho entre eles, o que os individualizava, um era absurdamente grande e o outro era grande. Pensei que isso era normal, que toda mulher tem seios de tamanhos diferentes, mas aquela mulher, coitada...
Ouvi também uma frase que me fez pensar. Um homem disse: "Olha o tamanho do Churros!"
Qual é o o singular da palavra churros? Todo mundo os chama de churros. Odeio churros. Eles sao bonitos, cobertos com canela e dourados, recheados de doce de leite ou chocolate. Da vontade de experimentar. Uma vez comprei um, odiei. Extremamente gorduroso, quente demais, doce demais, desagradavel mesmo. Comi até o final porque eu sou teimosa. Ou talvez por que eu tenha algum tipo de transtorno alimentar. Depois, outro dia, esqueci que nao gostava, eles sao tao bonitos... Comprei outro. Dessa vez de chocolate. Odiei mais ainda. Comi até o final. Cara, sério: transtorno alimentar!
Tenho passado muito tempo sozinha, e estou começando a me cansar da minha companhia, eu sou legal, ok... mas quero inovar, conversar com outras pessoas além de mim. Eu sempre concordo comigo e isso é chato. Mas tenho assistido a filmes novos, mais documentarios e tenho ficado meio desesperada com o mundo, o capitalismo, a manipulaçao das massas, o consumismo por si mesmo, a exploraçao e comercializaçao do meio ambiente e de valores antigos. Um aluno meu gravou dois documentarios para mim: SURPLUS e ZEITGEIST. Depois de Surplus eu queria quebrar tudo que representa o capitalismo e ir para um pais socialista comer so arroz e feijao todo o dia sem sentir o peso da fome dos pobres, da desigualdade social. Depois de ZEITGEIST eu queria simplesmente morrer. Sao otimos filmes. Recomendo.
Descobri que eu tinha um medo enorme de querer pouco da vida, de querer de menos. Mas hoje eu vejo como so o necessario é realmente essencial. Querer MENOS é ser mais independente, logicamente falando, precisar de menos é ser mais. Um exemplo tosco: um copo de agua de coco custa R$ 1,00, uma garrafa de 500ml custa R$3,00. Eu sempre optaria pela garrafa. Hoje comprei o copo. Por que foi que enfiaram na minha cabeça que "vale mais a pena comprar o maior"? Eu estava sozinha, so precisava de um copo para matar minha sede. Para que comprar a garrafa e desperdiçar ou guarda-la e deixa-la perder a frescura? Por que vamos a rodizios e comemos até passar mal? Da penultima vez que fui a um, comi muito mais do que o meu estomago queria deixar, passei mal, nao conseguia dormir e quando dormi tive pesadelos horriveis (tem tudo a ver, por sinal) e começo a me perguntar POR QUE temos a mentalidade do "dar prejuizo"? Por que sentimos que esse sistema se aproveita de nos, que nos explora, e essa é a nossa "vingança". Consumir até passar mal. Desde quando eu acreditei que MAIS era melhor?
Hoje eu percebo que nao é, e é tao injusto que sejamos tao instigados a consumir e comprar e comer e ainda caber nos malditos padroes de beleza. Por que eu tenho que ser alta e ter pernas longas e ser absurdamente magra e com um nariz desenhado a pincel? Para que alguem me VENDA uma cirurgia plastica. Meus amigos estavam me falando que ninguem deixa de gostar de ninguem por causa de celulites e estrias. Outra amiga me contou do cara na academia dela que malhava e tirava fotos de si mesmo. E eu nao consigo parar de pensar que isso esta errado. Mas ja passei da fase do "nao posso fazer nada, vou viver a minha vida" agora eu quero fazer alguma coisa a respeito. Quando eu descobrir, eu aviso.
;)

8 comentários:

Anônimo disse...

Nossa! Texto louco, mas instigante.
E, afinal de contas, quem nunca parou pra pensar em todas essas coisas?
Beijo, Lu

a_rosa disse...

poxa, essa mulher de dois peitos, ah isso é tão complicado e triste, porque são tantos os padrões, o "bonito" o "normal"...

voce só me passou o Zeitgeist, quero ver esse outro... mas ainda to sem audio no pc. To com medo de assitir a esse documentário sozinha aqui, só de voce contar eu já estava chorando rsrs, vou querer morrer qdo assitir!

Anônimo disse...

Olá minha querida amiga distante, como estás? Fico feliz que assim como eu você tenha tido esse estopim de pensamentos desconexos que fazem tanto sentido pra nós quanto não fazem nenhum para os outros, parece que mais um despertou da 'matrix'.rs. Há tempos fui perdendo minha força pra lutar contra esse esquema, essa 'máquina', esse 'destino' pois muitos não se importam de ser comandados, controlados, vendidos e usados, mas sempre que vejo que existem pessoas como eu, como vc, que não se contentam em apenas existir, sinto minha necessidade de mudar ressurgindo aos poucos. Detesto Charlie Brown Jr, mas como diz uma música deles, 'Eu não vim para explicar, eu vim pra confundir' porque é em meio à confusão e ao caos que encontramos a ordem. Grande Abraço do seu amigo de sempre, James. PS: Sim, eu sempre acompanho seu trabalho.

Anônimo disse...

Assista "the corporation". É grande, mas você vai gostar.
E o visual novo do blog está ótimo.

Cecília disse...

Quando descobrir...
me avisa também?
(No fundo é um alívio e tanto saber que existem outras pessoas tão humanas quanto a gente no mundo.)

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Dá um pulo lá...

http://paranoiasocial.blogspot.com

bjs!!!

Felipe Holloway disse...

Muito bonito, Lu. O início é especialmente cativante, com a estranheza aparente da história do "vi uma mulher com dois peitos" (num primeiro momento, enxerguei grave enfermidade na situação da coitada!)

Você é das minhas, vai até o fim do doce, mesmo que o esteja odiando! Também lembrei-me de Drummond e seu sorvete de abacaxi, que, na imaginação, era muito mais gostoso...

Beijos.